Inapós

O Revmo. Sr. Padre Gervásio Cunha era natural de Pouso Alegre e filho do saudoso casal Sr. Pedro Alves da Cunha e Dona Maria Fé Ferracioli Cunha. Ordenou-se sacerdote no dia 08 de dezembro de 1950, na Catedral Metropolitana. Fez os cursos ginasial e colegial no Seminário Nossa Senhora Auxiliadora e os cursos de Filosofia e Teologia no Seminário Maior São José, em Mariana.

Culto e zeloso, destacou-se ao longo do ministério como vigário cooperador da Catedral, professor do seminário, redator do jornal “Fita Azul de Maria”, órgão das Congregações Marianas na diocese, vigário cooperador de Borda da Mata e de Camanducaia, e, pároco de Caldas por vários anos. Exerceu ainda o ministério, por alguns meses, em Brasópolis e Poço Fundo. Formou-se pela Faculdade de Direito do Sul de Minas. Exerceu também cargo de inspetor escolar.

Ausentando-se por algum tempo da diocese, para tratamento de saúde, foi pároco de Lindóia, na Arquidiocese de Campinas e de São Brás de Suassuí, na Arquidiocese de Mariana. Por onde passou deixou marcas indeléveis de seu trabalho. Sempre eficiente e meticuloso em tudo o que empreendia.Retornando à Diocese de Pouso Alegre, em 1978, consagrou-se inteiramente ao trabalho de recuperação dos doentes alcoólatras, como gratidão a Deus por grande graça alcançada.

Escreveu o livro “Confissões de um padre alcoólatra”, com várias edições. Fundou a associação denominada “F.A.D.A.”, isto é, “Fraterno Auxílio a Doentes Alcoólatras”. Ao longo destes anos, recebeu milhares de cartas que lhe foram endereçadas das mais diversas regiões do Brasil, relacionadas ao problema do alcoolismo. Passava horas inteiras, madrugada adentro, respondendo a todas, sempre com muito carinho e um linguajar todo seu. O “F.A.D.A.”, colocado sob a proteção da “Piedade de Maria”, de São José e de São Brás, propiciou a criação de numerosos núcleos de associados, espalhados por todo o Brasil. Por vários anos, manteve o boletim periódico “FADA”, no qual orientava e informava seus leitores sobre o movimento, cada vez mais crescente.

Sem dúvida, milhares de pessoas foram por ele beneficiadas. Era persistentemente estudioso do problema do alcoolismo, buscando aliviar seus males, principalmente junto aos familiares dos doentes alcoólatras.

Uma particularidade na vida do Pe. Gervásio foi seu espírito acolhedor, sempre generoso e sincero, manifestado a todos, mas principalmente aos sacerdotes. Sua atitude era sempre alegre, espontânea e autêntica.

Faleceu inesperadamente em sua residência, no município de Pouso Alegre, no dia 18 de julho de 1995. Tinha 67 anos de idade e 44 anos de sacerdócio. Ao final de sua passagem por este mundo, podia, sem dúvida, exclamar como o Apóstolo São Paulo: “Combati o bom combate. Terminei minha carreira. Guardei a fé. Agora, só me resta receber a coroa da justiça que me dará o Senhor, justo juiz, naquele dia” (II Tim. 4, 7-8).